domingo, 28 de dezembro de 2008

sem idéia pra por aqui!

Ontem, ao esperar o ônibus numa parada em frente ao Zaffari, passou uma carroça, debaixo de uma chuva dos infernos.

A carroça era ocupada por um homem e um guri, possivelmente filho dele.

Ao passarem pela parada, que estava cheia naquela hora devido aquele pseudo-dilúvio, o homem açoitou o cavalo, para ir mais rápido.

Uma senhora que estava ali ao lado na parada, no auge de sua arrogância sexagenária, exclamou com um sorriso para os ali presentes: “Ah, eu tenho tanta pena do cavalo!”

Será que eu fui o único naquela parada a sentir raiva daquela senhora? O único a notar a total falta de lógica na situação?

Enquanto o relho descia no lombo do animal, os ombros do homem eram açoitados por forças muito maiores que aquela cabeça idosa pode compreender no momento. Pela chuva, que de tão forte formava uma cortina a nossa frente, pelo peso de trabalhar tão arduamente na antevéspera de natal e ainda ter que carregar o filho nessa via-crúcis.

A mão pesada do destino descia o chicote mais voraz sobre aqueles dois do que o cavalo poderia “imaginar”. Que dirá aquela mulher. O cavalo possui agora uma ferida nas costas, mas que não se compara a do homem. E a velha lá, com um admirável “espírito natalino” pelo cavalo!

Um comentário:

  1. E o pior que eu já estive no lugar dessa velha! Bom ler isso e perceber os outros lados da moeda! Bom ler isso e perceber o mundo que corre pelos teus olhos enquanto acordado! Bom poder mudar em parte minha opinião e ter humildade pra dizer isso! Parábens, Filipe! (sem chupação) xDD

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